25 de abril de 2008

bye bye baby

Saí do carro como quem diz “pô, até amanhã”. Vinte e um quilos nas costas, outros dez de camera e afins, um táxi e uma perguntinha insistente: “tá indo por quê?” Não faltavam certezas mas a despedida deliciosamente confusa fez tudo começar um pouco mais platônico e romântico. Me senti ali um soldado indo para a guerra com um maço de envelopes, se apegando a alguma certeza e algum porto, que se deslocariam dia a dia, mail a mail, silêncio a silêncio. A mão fria e estômago gelado de horas anteriores haviam movimentado o corpo de uma forma adolescente que ia totalmente de encontro aquele discurso todo de independência que arrumou a mala. No aeroporto os suspiros guiaram até o avião, o sono pesado até o Panamá e lá – acá – as pernas até a primeira cerveja. Demorou para o primeiro gole. Três dias. E a primeira botella não teve cia. Ficou ali dentro de mim, feliz, ouvindo salsa, merengue e hits americanos dos 80.

Um comentário:

Anônimo disse...

viver a vida na montanha russa dá frio na barriga, mas só assim que se vê a paisagem do ponto mais alto dos trilhos. aquela noite nunca vai sumir da nossa memória, afinal foram as duas coisas ao mesmo tempo.