14 de maio de 2008

de tanto ir às vezes da vontade de ficar


fui numas prainhas no sul da costa rica, do lado do caribe. quando entrei no mar comecei a chorar sorrindo, num obrigado por estar neste mergulho. to me sentindo aberta. e assim, sem muito esperar e bastante indo, as coisas parecem fluir. na tal praia linda, punta uva, cercada por mata e de um azul bem azul, conheci edswart. um holandes que molecóide chegou ali num dia de chuva e também fez uma prece. comprou um terreno, construi uma casa, outra, mais uma. aluga todas (clique aqui para ver que belezura de casas). ia entrevistá-lo dez minutinhos porque o ônibus já ia passar em vinte. sentei e ele começou a contar de suas andanças, na sala de sua casa - uma coisa sem paredes, cercada por uma matinha, com tudo ali exposto, aberto; onde o vento ia ou voltava e os macacos gritavam no teto. logo chegou sua namorada argentina e dançarina. perdi o ônibus, ganhei o almoço e um convite para o jantar. jantamos sorridentes, vimos um doc da bbc sobre vida marinha. dormi. acordei morta de fome, peguei uma bici e fui desayunar. depois da primeira parada - onde a comida tinha acabado quase levando meu humor - e outros cinco quilometros cheguei numa outra praia onde uma casita exibia a placa "desayuno". tudo fechado. olhei um pouco mais e surge um mocinho despenteado. "quero frutas". "ok, ensalada con granola". cinco minutos mais e volta. "se acabaran las frutas". "lo que sea. tengo hambre." junto com os ovos mexidos o menino botou na mesa o violão e começou a cantarolar e conversar. "vou daqui a pouco pegar lagosta, quer ir?" lanchinha adentro, mar afora. um visual incrível: mar azul azul, uma ilha chamada punta mona, muitos peixes nadando nos corais. fiquei ali respirando o ar e a água. a camera que ficou no quarto choramingou. mas meus olhos, de certa forma, comemoraram aquela liberdade sem molduras. fim de tarde e pé na bici. jantar de pepino e mortadela com por do sol. quarto e trabalho até meia noite. o dia perfeito, harmonico. des de então tenho tentado estar mais, escutar mais. pensar menos. não sei, mas tá bom. fui dali com vontade de ficar - primeira vez na viagem. com vontade de ter uma casa. fotografei detalhes da beach house de edswart. coloquei numa pasta chamada "estudos para uma casa". ele viu no desktop e sorriu. contei que tirei foto dos detalhes da casa. ele também riu e encerrou: "a gente pode copiar tudo. só não pode copiar a gente mesmo".

4 comentários:

celialice disse...

Lili solta pelo mundo em sintonia com a boa energia do humano e da natureza! Da-lhe Lili!
Gostei muito tb das fotos da cachoeira e das tristes criancas no onibus.
Beijos, saudades, brinde!

Anônimo disse...

elaiza cada coisa lindo no seu blog!!! perdi o pgm ontem, vou ver se o antonio gravou... hope so!!
bjao

Anônimo disse...

Lica!!!

Linda, linda sempre!!

Parabéns pela programação...

Muito orgulho viu!

Beijões, beijões

Ivana

Anônimo disse...

nem te conto amiga... que estou entrando funda na área de permacultura urbana... e você poderá ter uma arquiteta de plantão para a casita dos sonhos...

p.s - tenho disposição para viajar, por favor, compre um terreno na costa rica! rs

saudades mil
mil coisas